segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Refrigerantes e Hipotireoidismo


Este Único Ingrediente do Refrigerante pode estar Diminuindo seu Metabolismo.


Artigo editado por Jorge Flechas, MD.

- www.rodale.com (Facts About Soda)

- www.wilsonssyndrome.com

Artigo traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira – CRN 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br


Óleo vegetal bromado é encontrada em cerca de 10% dos refrigerantes. É o óleo vegetal que possui o elemento bromo ligado a ele. O Bromo se parece muito com o Iodo para o nosso corpo e compete com ele para a absorção. Quanto mais bromo você possui no corpo, menos iodo você absorve. Quanto menor a quantidade de iodo em seu organismo, menor a quantidade de hormônio da tireoide seu corpo irá fabricar, porque o corpo precisa de iodo para a produção do hormônio da tireoide.
Pela adição de bromo ao óleo vegetal, os fabricantes podem tornar o óleo vegetal com a mesma densidade que a água. Dessa forma, eles podem obter aromas para ficar misturado na bebida sem que ocorra uma separação. Óleo Vegetal bromado (BVO) já foi designado como "geralmente reconhecido como seguro" pelo governo dos EUA.

No entanto, esse status foi retirado em 1970 pelo FDA porque um grupo de pesquisadores não encontrou evidências suficientes para apoiar essa designação. Desde então, BVO foi aprovado como um "aditivo alimentar provisório". Em outras palavras, era "temporariamente" aprovado para uso nos EUA e autorizado a ser utilizado em alimentos, desde que a concentração seja de menos de 15 partes por milhão. Isso foi há 40 anos atrás. Enquanto isso, BVO foi proibido como aditivo alimentar em refrigerantes na Europa, Japão e Índia.



Jorge Flechas, é um médico que palestra internacionalmente para outros médicos sobre o tema da tireoide e iodo. Ele uma vez disse a uma plateia a história de um jovem que estava bebendo muitas porções por dia de um refrigerante contendo BVO.

O jovem estava apresentando vários problemas de aprendizagem e de comportamento. Foi-lhe dada uma grande dose de iodo para testar sua deficiência em iodo. Quando eles coletaram a urina para medir o iodo, notaram um "lodo" estranho em sua urina. Outras análises mostraram que havia bromo em sua urina. Vejam, tal como bromo pode tomar o lugar do iodo no organismo, como também o iodo pode tomar o lugar do bromo. Quando suplementado com o iodo, este ajudou a limpar o bromo de seu corpo. O jovem foi instruído a parar de beber a bebida contendo BVO e em questão de semanas os sintomas comportamentais e de aprendizagem foram resolvidos.

Há muitos relatos de pessoas desenvolvendo "bromismo" depois de consumir muito refrigerante contendo BVO. Esse foi um caso grave. No entanto, certamente há muitos adolescentes e outros que poderiam estar consumindo refrigerantes contendo BVO e que logo vão apresentar alguns dos sintomas mencionados. Um grande variedade de refrigerantes são vendidos em máquinas de venda automática nas escolas americanas como também, em várias partes do mundo e muitas das bebidas mais consumidas contêm BVO. Isto poderia facilmente explicar alguns dos problemas de aprendizagem e de comportamento que estamos vendo em nossas escolas, e isto sem falar da epidemia da obesidade !!!


Mente de Refrigerante Cítrico:

Dentistas tem um nome para uma condição que eles vêem em crianças que
bebem muito refrigerante cítrico. Eles acabam com a "Boca de Refrigerante
Cítrico" (adaptado do "Mountain Dew Mouth", onde Mountain Dew é uma
marca de refrigerante de sabor cítrico), cheia de cavidades causadas pelos níveis de açúcar ocasionados pelo excesso da bebida. "Mente de Refrigerante Cítrico" pode ser a próxima condição clínica que recebe o nome de uma marca. Um ingrediente chamado óleo vegetal bromado, ou BVO, adicionado para evitar que o flavorizador se separe da bebida, é um produto químico industrial usado como um retardador de chamas em plásticos.

Também encontrado em outros refrigerantes e bebidas esportivas de sabor cítrico, este produto químico é conhecido por causar distúrbios de memória e nos nervos quando consumido em grandes quantidades. Pesquisadores também suspeitam que, assim como os bromados retardadores de chamas usados em espuma de móveis, o produto químico se acumula na gordura corporal, possivelmente causando problemas de comportamento, infertilidade e lesões nos músculos do coração ao longo do tempo.

Envelhecimento Acelerado:

Diet ou normal, todos os refrigerantes de cola contém fosfato ou ácido fosfórico, um ácido fraco que dá aos refrigerantes de cola seu sabor picante e melhora seu tempo de prateleira. Embora ele exista em muitos alimentos integrais, como carne, lacticínios e amêndoas, muito ácido fosfórico pode levar a problemas cardíacos e renais, perda muscular e osteoporose e um estudo sugere que poderia provocar envelhecimento acelerado. O estudo,publicado em uma edição do FASEB Journal de 2010, descobriu que níveis excessivos de fosfato encontrados em refrigerantes levou ratos de laboratório
à morte 5 semanas antes do que os demais ratos que tinham uma dieta de nível normal de fosfato. Uma tendência perturbadora considerando que os fabricantes de refrigerante têm aumentado os níveis de ácido fosfórico em seus produtos ao longo das últimas décadas.

Aumento de Gordura Corporal e Hepática:

As últimas más notícias sobre a indústria do refrigerante; pesquisadores da Dinamarca descobriram que beber refrigerante não dietético leva a um aumento dramático de acúmulo de gordura em volta do fígado e dos músculos, contribuindo para resistência à insulina e diabetes. O estudo revelou que pessoas que bebem um refrigerante comum por dia durante seis meses viram um aumento de 132% a 142% na gordura do fígado, um salto de 117% a 221% na gordura corporal e um aumento de aproximadamente
30% do triglicérides. Este consumo também leva a um aumento de 11% no colesterol comparado com pessoas que tomaram outras bebidas como água ou leite.


Esses refrigerantes contêm o óleo vegetal bromado:
Mountain Dew, Gatorade Orange, Crush Orange, Crush Peach, Crush Pineapple, Strawberry Powerade, Fanta, Dr. Pepper, Fresca, Squirt, Sunkist Orange, e possivelmente muitos outros.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Ômega-3 e Saúde dos Cromossomos






Artigo editado por Marcia J. Egles, MD

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira – CRN 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br



-Kiecolt-Glaser, J. K. et al. Omega-3 fatty acids, oxidative stress, and leukocyte telomere length: A randomized controlled trial. Brain, Behavior and Immunity 2012.

-Epel, E.S., Blackburn, E.H., Lin, J., Dhabhar, F.S., Adler, N.E., Morrow, J.D., Cawthon, R.M., 2004. Accelerated telomere shortening in response to life stress. Proc. Natl.Acad. Sci. USA 101, 17312–17315.

-Kiecolt-Glaser, J.K., Belury, M.A., Andridge, R., Malarkey, W.B., Hwang, B.S., Glaser, R., 2012. Omega-3 supplementation lowers inflammation in healthy middleaged and older adults: a randomized controlled trial. Brain Behav. Immun. 26, 988–995.

-Farzaneh-Far, R., Lin, J., Epel, E.S., Harris, W.S., Blackburn, E.H., Whooley, M.A.,2010b. Association of marine omega-3 fatty acid levels with telomeric aging in patients with coronary heart disease. JAMA 303, 250–257.




Os benefícios para a saúde dos ácidos graxos ômega-3 são cada vez mais reconhecidos. O ômega-3 pode ser importante para a manutenção celular dos cromossomos. Esta descoberta foi proposta por um estudo clínico recente, realizado na Ohio State University College of Medicine.
Os cromossomos são estruturas do DNA presentes dentro das células. A porção final da extremidade de um cromossomo, que também é a sua proteção é chamada de Telômero. Os telômeros tendem encurtar, perdendo pares de bases do DNA, cada vez que a célula replica. Eventualmente, se os telômeros se tornam muito curtos, a divisão celular é interrompida. Este encurtamento dos telômeros é um mecanismo subjacente ao processo de envelhecimento.

Telômeros encurtados estão associados com doenças relacionadas com a idade, tais como o câncer, doença cardíaca e diabetes, assim como a mortalidade precoce. Telômeros mais curtos também estão associados a agentes inflamatórios e ao estresse oxidativo.
Em um estudo randomizado controlado, publicado no início deste ano pelo próprio grupo da universidade de Ohio, a suplementação com ômega-3 reduziu a concentração de citocinas inflamatórias.

Em 2009, a Dra. Elizabeth Blackburn ganhou o prêmio Nobel de Medicina pela descobertada da telomerase feita em 1984; a telomerase é uma enzima celular que repara e alonga os telômeros. Desde então, um grande estudo tem associado a integridade dos telômeros com maiores níveis basais de dois ácidos graxos ômega-3, o ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA). O presente ensaio clínico, também associado com a Dr. Blackburn, serve para determinar se a suplementação de omega-3 pode afetar o estresse oxidativo, a atividade da telomerase e o comprimento dos telômeros.

O estudo duplo-cego de quatro meses incluiu 106 indivíduos saudáveis mas sedentários, homens e mulheres obesos e não fumantes da região de Columbus, Ohio. A idade média dos participantes era de 50 anos, variando de 40 a 85 anos de idade. Foram excluídos do estudo os indivíduos que usavam muitos medicamentos e aqueles que tomaram suplementos de óleo de peixe ou de linhaça ou que ingeriam mais do que duas porções de peixe por semana.

Os indivíduos foram divididos aleatoriamente em três grupos. O Grupo A recebeu 2,5 gramas por dia de cápsulas de óleo de peixe com 2085 miligramas por decilitro de EPA e 348 mg / dl de DHA. O Grupo B recebeu 1,5 gramas por dia do mesmo suplemento do grupo A. O grupo controle, ou Grupo C, recebeu uma mistura com sabor de peixe de óleo de palma, azeite, soja, canola, manteiga e óleo de côco, que se aproximaram da razão saturada, monoinsaturada e polinsaturada de uma dieta típica americana. Amostras de sangue foram coletadas dos participantes no início do estudo e após 4 meses. A partir das amostras, foram feitas medições da tensão oxidativa, dos telômeros e da telomerase nos cromossomos dos glóbulos brancos, e os níveis plasmáticos de ácidos graxos poliinsaturados.

A suplementação com ômega-3 reduziu significativamente o estresse oxidativo. Os níveis de F2-isoprostano, uma medida do estresse oxidativo, foi 15% mais baixa em ambos os grupos suplementados com ômega-3 em relação ao grupo placebo. No entanto, quando o comprimento dos telômeros foi comparado entre os grupos, não houve diferenças significativas com os suplementos, em comparação ao grupo controle. Também não houve mudanças significativas na atividade da telomerase, quando os três grupos foram comparados.

Como os indivíduos diferem em suas habilidades para absorver e metabolizar o ômega-3, os pesquisadores analisaram índices de ômega-6 e ômega-3 verificando o plasma dos indivíduos e não apenas as quantidades absolutas de ômega-3 ingerida. Esses índices foram então comparados às mudanças no comprimento dos telômeros. Estes resultados foram bastante significativos. O comprimento dos telômeros aumentou com a diminuição da relação ômega-6 para ômega-3. A redução de uma unidade no índice do ômega-6 para o ômega-3 foi associado com um aumento de 20 pares de bases de comprimento dos telômeros (p = 0,02). Os pesquisadores enfatizaram a relevância de se considerar estes índices na avaliação de intervenções nutricionais.

A equipe de pesquisadores chegou a seguinte conclusão do estudo: "foi a primeira prova convincente de que menores taxas de ômega-6 para ômega-3, pode ser muito benéfico para retardar o envelhecimento biológico". Esperamos que as pequenas extremidades dos cromossomos possam ser um grande começo para a continuidade das pesquisas.

*** Marcia Egles, MD, graduou-se na Vanderbilt University School of Medicine, em 1986. Completou a sua residência na St. Louis University Hospital em Medicina Interna. Dr. Egles possui certificação em Medicina Interna e é um membro da do American College of Physicians. Ela reside em Avon, IN com o marido e dois filhos.





Artigo Complementar – Telômeros e Estilo de Vida:
Artigo editado por Cigir Biray Avci, MD

-Avci CB, Sahin F, Gunduz C, Selvi N, Aydin HH, Oktem G, Topcuoglu N, Saydam G. (2007). Protein phosphatase 2A (PP2A) has a potential role in CAPE-induced apoptosis of CCRF-CEM cells via effecting human telomerase reverse transcriptase activity. Hematology. 12(6):519-25.

-Cassidy A, De Vivo I, Liu Y, et al. (2010). Associations between diet, lifestyle factors, and telomere length in women. Am J Clin Nut. 91:1273–1280.

-Cawthon RM, Smith KR, O’Brien E, et al. (2003). Association between telomere length in blood and mortality in people aged 60 years or older. Lancet; 361:393–395.

Definição:

Os Telômeros são as estruturas específicas das proteínas do DNA, encontradas em ambas as extremidades de cada cromossomo; protegem contra a degradação nucleolítica do genoma, a recombinação desnecessária, reparação, e fusão intercromossômica. Os Telômeros, portanto, desempenham um papel vital na preservação da informação do nosso genoma. Como um processo celular normal, uma pequena porção do DNA telomérico é perdida a cada divisão celular. Os Telômeros encurtam com a idade. Quando o comprimento dos telômeros atinge um limite crítico, a célula passa a senescência e / ou apoptose (morte celular programada). Telômeros mais curtos também têm sido implicados em instabilidade genômica e oncogênese.

Pessoas com mais de 60 anos com telômeros curtos têm de três a oito vezes maior risco de morrer de doenças cardíacas e infecciosas, respectivamente [Starr et al., 2007.] A taxa de encurtamento dos telômeros é, portanto, fundamental para a saúde de um indivíduo e ritmo de envelhecimento. O Comprimento dos telômeros podem, portanto, servir como um relógio biológico para determinar o tempo de vida de uma célula. O comprimento dos telômeros limita a capacidade de proliferação celular em culturas de células primárias humanas. O Telômero encurta na ausência de telomerase nas células. Certos agentes específicos associados ao estilos de vida podem acelerar o encurtamento dos telômeros induzindo danos ao DNA em geral ou, mais especificamente, danos aos telômeros e pode, por conseguinte, afetar a saúde e o tempo de vida de um indivíduo.

O hábito de fumar [McGrath et al., 2007; Morla ´ M et al., 2006; Song et al., 2010; Valdes et al., 2005], a exposição a poluição [Hoxha et al., 2009; Pavanello et al., 2010.], a ausência de atividade física [Cherkas et al., 2008; Werner et al., 2009], a obesidade [Valdes et al., 2005], o stress [Von et al., 2002], e uma dieta inadequada [Jennings et al., 1999; Jennings et al., 2000.] provocam um aumento da carga oxidativa e a taxa de encurtamento do telômero. Para preservar os telômeros e reduzir o risco de câncer e o ritmo de envelhecimento, devemos comer menos (diminuição do stress oxidativo); sempre incluir antioxidantes, fibras, proteína de soja e gorduras saudáveis (derivadas de abacate, peixe e castanhas em geral); procurar sempre manter um baixo percentual de gordura, ser ativo, saudável e livre de stress através de exercícios regulares e meditação.

Alimentos como salmão, atum, linguado, anchova, sementes de linhaça, sementes de chia, sementes de gergelim, kiwi, amoras pretas, mirtilo vermelho, chá verde, brócolis, couve, uvas vermelhas
tomates, azeitonas e outros alimentos ricos em vitaminas C e E, devido sua forte ação antioxidante. Estas opções combinadas com a dieta mediterrânea; contendo frutas e principalmente cereais integrais, ajudam muito a proteger os telômeros.


A Obesidade está Associada ao Excessivo Encurtamento dos Telômeros:

A obesidade está também associada com aumento do estresse oxidativo e danos ao DNA. [Furukawa et al., 2004] mostrou que a circunferência da cintura e o IMC significativamente se correlacionam com altos níveis de espécies reativas de oxigênio tanto no plasma quanto na urina. As pesquisas também demonstraram que o IMC se correlaciona fortemente com biomarcadores de danos no DNA, independente da idade. A obesidade relacionada com o aumento do estresse oxidativo é, provavelmente, devido a uma desequilíbrio na produção de adipocitocinas.

Camundongos obesos exibem elevados níveis plasmáticos de espécies reativas de oxigênio e de peroxidação lipídica, em relação a ratos do grupo controle. [Furukawa et al., 2004]. Os elevados níveis de espécies reativas de oxigênio em ratos obesos foram detectados no tecido adiposo branco, mas não em outros tecidos, indicando que o stress oxidativo detectado no plasma pode ser atribuído a agentes oxidantes produzidos no tecido adiposo.

Além disso, os níveis de transcrição e as atividades de enzimas antioxidantes incluindo catalase e dismutase foram significativamente menores no tecido adiposo branco do grupo de ratos obesos em relação ao grupo controle.
Os autores propõem que a falta de defesa antioxidante, a NADPH oxidase elevada e o excesso de gordura acumulada, certamente contribuem ao aumento do estresse oxidativo em animais obesos.
Os telômeros não são meramente “marcadores da divisão celular”.

A proporção do dano oxidativo infligida aos telômeros permanece sem conserto e determina a quantidade do encurtamento em uma próxima rodada de replicação. Esta proporção está relacionada com a quantidade total de danos na maior parte do genoma. Apesar da maior parte do dano ter sido reparada, é a fração residual não reparada que determina a probabilidade de mutação. Assim, o encurtamento dos telômeros conta não apenas as divisões celulares, mas também a probabilidade cumulativa de ocorrer mutações, e do gatilho da senescência nos telômeros curtos em resposta ao estresse oxidativo e probabilidade mutacional [von Zglinicki et al., 2002.].

O estresse oxidativo induz ao dano do DNA e pode, portanto, acelerar o encurtamento dos telômeros. Os Telômeros de mulheres obesas são significativamente mais curtos do que aqueles em mulheres magras da mesma idade [Valdés et al., 2005]. A perda excessiva de telômeros em indivíduos obesos foi calculada como equivalente a 8,8 anos de vida, um efeito que parece ser pior do que o ato de fumar. Em conjunto, estes dados indicam que a obesidade tem um impacto negativo sobre os telômeros e desnecessariamente pode acelerar o processo de envelhecimento.

Biomarcadores Dietéticos e Ingestão de Nutrientes:

Estilos de vida pouco saudáveis como fumar , consumir produtos a base de carne processada e ter um índice de massa corporal elevado [Al-Attas et al, 2010;. Nordfjall et al, 2008;. Lee et al, 2011;.. O'Callaghan et al, 2009; Zee et al. 2010] se correlacionam fortemente com o comprimento mais curto dos telômeros. Vários estudos relataram a associação entre dieta, comprimento dos telômeros e atividade da telomerase em humanos (Gunduz et al, 2005;. Avci et al, 2007, 2011;. Sahin et al, 2010;. Cogulu et ai., 2009). Altos níveis plasmáticos de vitamina D estão associados com o aumento no comprimento dos telômeros em mulheres [Richards et al., 2007].

Outro estudo relatou que a homocisteína plasmática elevada está associada com a diminuição no comprimento dos telômeros [Richards et al., 2008], enquanto uma maior taxa de folato está associada com telômeros mais longos [Paul et al., 2009]. Farzaneh-Far et al. descobriram que, em um grupo de pacientes com doença arterial coronariana, houve uma relação inversa entre os níveis de ácidos graxos ômega-3 e a taxa de encurtamento dos telômeros nos próximos cinco anos, independentemente de outros fatores [Farzaneh-Far et al., 2010.].

The Sisters Study examinou a ingestão de multivitaminas [Xu et al., 2009] em participantes com idade entre 35-74 anos e descobriram que o uso de multivitaminas está associado com um maior comprimento dos telômeros.
Logicamente, ainda existe uma necessidade maior de estudos para uma análise mais sistemática dos macro e micronutrientes em relação ao envelhecimento celular. [Paul et al., 2011].


Os Exercícios Protegem os Telômeros e Reduzem o Ritmo de Envelhecimento:

Song et al. [Song et al., 2010] demonstraram que a duração do exercício está inversamente correlaciona com biomarcadores de danos ao DNA, aos telômeros e com expressão da p16, um biomarcador para o envelhecimento da célula humana. O exercício pode reduzir a gordura prejudicial e ajudar a mobilizar resíduos e produtos tóxicos para uma eliminação mais rápida, levando a um stress oxidativo reduzido e a preservação do DNA e dos telômeros.

Werner et al. [Werner et al., 2009], demonstrou que o exercício está associado a uma elevada atividade da telomerase e a supressão de várias proteínas responsáveis pela apoptose, incluindo p53 e p16, em ratos. Consistentemente, em humanos os leucócitos derivados de atletas tinham uma elevada atividade da telomerase e um encurtamento dos telômeros reduzido quando comparados aos não atletas [Werner et al., 2009].

O exercício parece estar associado com o stress oxidativo reduzido e ao aumento da expressão do telômero em estabilizar proteínas e podem, portanto, reduzir o ritmo de envelhecimento e doenças associadas ao avanço da idade.





Nota do Nutricionista:
O ômega-3 já possui incontáveis benefícios para a saúde de maneira geral.
Esse novo reforço é impressionante porque está direcionado para a base da saúde que são nossos cromossomos.
Esse efeito do aumento no comprimento dos telômeros, que contribui muito na diminuição das doenças e também para um maior tempo de vida (longevidade), faz do ômega-3 um suplemento de valor sem igual para todos os indivíduos.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Os Fatos sobre Waxy Maize, Vitargo e outras Fontes de Carboidratos.

Os Fatos sobre Waxy Maize, Vitargo e outras Fontes de Carboidratos.

Artigo editado por Will Brink

- Jozsi A.C. et al. The Influence of starch structure on Glycogen Resynthesis and Subsequent Cycling Performance. Int. J. Sports. Med. 17: 373-378. 1996

- Piehl K. et al. Muscle glycogen resynthesis rate in humans after supplementation of drinks containing carbohydrates with low and high molecular masses. Eur. J. Physiol. 81: 346-351. 2000

-Goodpaster B.H. et al. The Effects of Pre-Exercise Starch Ingestion on Endurance Performance. Int. J. Sports Med. 17: 366-372. 1996.

Artigo traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira – CRN 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br


Alguns anos atrás, um grupo de estudos apoiado no conceito de que tanto o horário quanto o tipo de carboidratos usados por atletas, poderia ter efeitos positivos nas atividades aeróbicas e anaeróbicas. Desde então, tem havido uma corrida para encontrar a "melhor" fonte de carboidratos para ser usada no pré e no pós-treino. Como é típico para a indústria de musculação e fitness, um novo "milagre", fonte de carboidratos invadiu o mercado do crescimento muscular prometendo ser tão promissor quanto um Anadrol (hormônio), mas eu discordo ... O ponto é que houve uma grande quantidade de informação e desinformação a respeito desses "milagres anabólicos surpreendentes" como estas fontes de carboidratos. O auge de toda essa discussão nada mais é do que o Amido de milho ceroso ou Waxy Maize Starch (WMS), mas antes de maiores comentários sobre o waxy maize, vamos voltar um pouco no tempo e analisar o porque do foco nestas fontes de carboidratos.

Uma Breve História ...

O conceito base é este: A maioria das pessoas estão cientes de que o horário para ingerir um nutriente é tão importante quanto a composição do nutriente. Em outras palavras, não é apenas o que você come mas quando você come, proporcionando assim os melhores resultados. Como o homem disse: "O tempo é tudo." Consumir os nutrientes certos na hora certa pode ter efeitos positivos sobre a composição corporal, ajudando a construir mais músculo e menos gordura, bem como, um melhor desempenho.
Na sequência de uma sessão de exercício intenso, existe uma "janela metabólica" - por assim dizer - em que o corpo preferencialmente leva a glucose, os aminoácidos e outros nutrientes para o fígado e para os músculos através de ambos os mecanismos de transporte, dependentes e não dependentes de insulina. Traduzindo, isto significa que seu corpo vai transportar carboidratos e proteínas para os tecidos que você quer (músculos), em vez de armazená-los como gordura depois de um treino. Até aqui tudo bem ...
Para levar a analogia mais longe, a janela metabólica não permanece aberta indefinidamente, então você precisa aproveitar a oportunidade enquanto a “janela” estiver aberta.
Uma série de estudos descobriram que uma bebida pós-treino contendo carboidratos de alto IG é altamente anti-catabólica. Adicionando a proteína à mistura - dependendo da proteína - tem um efeito aditivo com os dois trabalhando em sinergia para criar um ambiente anabólico que é superior a qualquer nutriente sozinho.


Obviamente, há muito mais para o tema, mas o descrito acima tem como objetivo uma rápida recapitulação do conceito; ao invés de uma revisão exaustiva sobre o mesmo.
 De Volta ao Amido de Milho Ceroso (WMS):
Assim, com o breve resumo acima e com o grande interesse em fontes de carboidratos e vários pré ou pós-treinos, podemos nos concentrar por um momento no WMS. WMS foi colocado fortemente como uma ótima fonte de carboidratos pelos vendedores que reforçam efeitos superiores em relação a outras fontes de carboidratos comuns, tais como a maltodextrina e a dextrose. Afirmações de ressíntese de glicogênio mais rápida após os treinos mais fortes, "rápida absorção" e esvaziamento gástrico, são as afirmações mais comuns feitas por aqueles que vendem WMS. Tenho certeza que as pessoas também têm visto afirmações sobre "alto peso molecular, baixa osmolaridade" e outros termos de fantasia que estão sendo jogados ao redor do assunto. Então, se existe algo de real nessas afirmações ou as pessoas têm sido enganadas por algum tipo de sensacionalismo? É o que vamos ver ...


Vamos Apenas aos Fatos:
A alegação principal do WMS é o "rápido armazenamento de glicogênio" após o exercício em comparação com outros carboidratos. Um estudo comparou o WMS, a dextrose e a maltodextrina a um amido "resistente". Oito ciclistas do sexo masculino foram submetidos a um treino projetado para esgotar seus estoques de glicogênio muscular; assim seus músculos seriam preparados para o armazenamento de glicogênio, como mencionado acima, na seção "Breve História". Além disso, depois de alimentá-los com essas diferentes fontes de carboidratos, 24 horas após o a depleção de glicogênio ocasionada pelo programa de treino; os níveis de glicogênio foram essencialmente os mesmos entre o WMS, dextrose e malto. Na verdade, embora não estatisticamente significativo; a dextrose foi o melhor do grupo neste estudo para obter de volta os níveis de glicogênio após o protocolo de exercícios e isto é que os atletas devem fazer para conseguir repor os estoques de glicogênio depois dos treinos mais forçados.


Outra grande afirmação relativa ao WMS é de ser uma fonte melhor de carboidratos pré-treino em relação a dextrose. A resposta parece ser não. Dez ciclistas de elite do sexo masculino foram suplementados com WMS, dextrose, amido resistente (AR) ou placebo e sua capacidade de sustentar o trabalho de resistência; depois de ingerir essas fontes de carboidratos e o placebo foram testadas. O desempenho durante o exercício prolongado de endurance está relacionado com a capacidade em manter os níveis de glicose no sangue por meio de armazenamento de glicogênio e carboidratos ingeridos antes ou durante o exercício. Então, esses pesquisadores queriam saber qual dessas fontes de carboidratos consumidos antes do exercício conseguiria manter o desempenho durante o exercício prolongado. Isto é, qual a fonte de carbo iria alimentar a maior quantidade de trabalho nos 30 minutos finais.
Primeiro, eles deram aos ciclistas (em momentos diferentes), cada um dos carboidratos (cerca de 75 gramas por dose) 30 minutos antes da corrida de 2 horas. A resposta da glicose e da insulina no sangue a partir da dextrose era 3 vezes mais elevada nos primeiros 15 minutos; aos 30 minutos a glucose ainda permanecia de 1,5 vezes mais elevada, enquanto a insulina se manteve três vezes mais elevada. Em seguida, eles fizeram o sua corrida exaustiva. O estudo descobriu dextrose e WMS foram semelhantes (embora a dextrose ainda tinha uma ligeira vantagem) em sua capacidade de manter o desempenho quando comparada ao RS (amido resistente) e ao placebo, que foram menos eficazes. Mais uma vez, WMS não se mostrou ser nada de tão especial e foi ligeiramente menos eficaz do que a boa e velha dextrose. Este também é o primeiro estudo (de vários) mostrando que o WMS possui baixo índice glicêmico e baixa taxa insulinêmica.


Então, Porque Tantos Exageros ??
Neste ponto o leitor está pensando; então porque este excesso de propaganda sobre o milho ceroso? Onde está toda esta fonte de informação vinda deste tipo de carboidrato dizendo ser espetacular e na realidade isso não corresponde. "Eu sinto sua agonia e irei responder às suas perguntas! Este é o lugar onde as coisas ficam mais interessantes.


Os Fatos Reais...
A fonte de carboidratos que tem um perfil ideal para a ressíntese de glicogênio pode ser usada no pós-treino e após os treinos mais intensos, com rápido esvaziamento gástrico, possui um peso molecular elevado e baixa osmolaridade e causa um pico de glicose e insulina no sangue quando usada no pós-treino. Estudos indicam que a melhor do grupo para esta finalidade é um carboidrato patenteado e vendido sob o nome Vitargo. O que os vendedores de WMS tem feito sem saber (alguns podem suspeitar conscientemente ...) é utilizar os dados e atributos do Vitargo e aplicá-los ao WMS, como se os dois fossem o mesmo produto, o que não é o caso. Por exemplo, os vendedores de WMS afirmam que este é rapidamente absorvido, aumenta os estoques de glicogênio mais rapidamente do que as outras fontes de carboidratos, e melhora o desempenho (semelhantes ao Vitargo), mas os estudos que existem não suportam isso ou até mostram o contrário. O que existe, no entanto, são estudos mostrando que o Vitargo possui realmente esses efeitos.


Como eu disse, parece que os vendedores de WMS realmente piratearam os estudos feitos com o Vitargo como se fossem fontes de carboidratos iguais, quando eles não são. Como já foi mostrado, WMS é na melhor das hipóteses, igual ou inferior a maltodextrina e a dextrose, dependendo do estudo que você ler. Por exemplo, um estudo finalizado a pouco tempo e prestes a ser publicado, realizado na Purdue University, mostrou que o WMS teve uma resposta à glicose 3 vezes inferior, em comparação a maltodextrina, e uma resposta de insulina, 3 vezes mais baixa, e até mesmo 2 vezes mais baixa do que o pão branco! Assim, mesmo o pão branco parece ser uma fonte superior de carboidratos para ser usado no pós-treino, logicamente valorizando o pico de glicose e insulina, que leva ao acréscimos no armazenamento de glicogênio e possui uma forte ação anti-catabólica. É interessante notar que o WMS mostrou ter um efeito tão lento e constante na glicose e nos níveis de insulina, que os cientistas agora rotineiramente se referem a ele como um carbo de "digestão lenta" ou "de baixo índice glicêmico."


Qual o Segredo do Vitargo?
Vitargo é um hidrato de carbono (amido) com algumas propriedades interessantes. Um estudo publicado em 2000, comparando o Vitargo, a maltodextrina e outros açúcares e seus respectivos efeitos sobre o armazenamento de glicogênio após um protocolo de exercício exaustivo; demonstrou que o Vitargo é muito superior a maltodextrina e outros açúcares, preenchendo rapidamente os níveis de glicogênio muscular duas e quatro horas após as sessões de exercício. Por "muito superior" quero dizer 70% melhor no período de 2 horas, o que não é pouco.


Um estudo publicado em 2008 descobriu efeitos similares, mas com alguns motivos adicionais de apoio ao Vitargo como única fonte de carboidratos. Este estudo demonstrou que o Vitargo foi superior para o desempenho durante uma carga subseqüente de exercício máximo, apenas 2 horas após a depleção de glicogênio. Em um outro estudo, 8 atletas foram submetidos a um protocolo de exercícios com o objetivo de depletar o glicogênio muscular armazenado e depois foram alimentados com 100g de qualquer uma dessas fontes de carboidratos; Vitargo, maltodextrina e água adoçada, usada no grupo controle.


Depois esperaram por duas horas e testaram sua performance (capacidade de realizar o "trabalho") através de um teste de alta intensidade 15 minutos contra o relógio em uma bicicleta ergométrica e constataram que o grupo alimentado com Vitargo logo após o treino de 2 horas feito anteriormente; tiveram um desempenho superior para o segundo teste de alta intensidade. Como o Vitargo repõe rapidamente os níveis de glicogênio nos músculos e no fígado, a pessoa será capaz de um melhor desempenho durante a sua sessão seguinte de exercício, especialmente se essas séries de exercícios são realizadas no mesmo dia. Se os níveis de glicogênio não forem recuperados para a próxima sessão de exercícios, o desempenho será prejudicado. Os autores do estudo
resumiram desta forma:


"Fatores limitantes para a ressíntese de glicogênio muscular pós-exercício realizando uma refeição com carboidrato incluem a quantia, o tempo e a forma de carboidrato administrado; a taxa de esvaziamento gástrico e a absorção intestinal dos carboidratos ingeridos, armazenamento de glicose e sua liberação pelo fígado e transporte de glicose até os músculos e sua oxidação. "
Traduzindo, isso não é tão simples como classificar um carboidrato através do índice glicêmico; ou se este é um carboidrato "simples" ou "complexo". Há uma série de outros fatores envolvidos e a ciência deve percorrer um longo caminho para entender o significado desses fatores biológicos.
A taxa de esvaziamento gástrico é uma outra questão importante para os atletas, quanto mais rápido ele deixa o estômago mais rápido ele entra no intestino onde é digerido e absorvido. O rápido esvaziamento gástrico e digestão, significa que os níveis de glicose sobem mais rápido, ocorre picos de insulina e o subsequente armazenamento de glicogênio é muito maior após o treino ocasionando também, uma importante ação anti-catabólica.


Um estudo realizado no ano 2000 comparou as taxas de esvaziamento gástrico do Vitargo a uma fonte de carboidrato derivado de amido de milho e mostrou que o Vitargo possui "significativamente" taxa mais rápida do esvaziamento gástrico, o que poderia explicar em parte por que Vitargo parece repor os níveis depletados de glicogênio muscular tão rapidamente quando comparado com outras fontes de carbo.


Conclusões:
Para atletas de resistência e pessoas após várias sessões por dia na academia, Vitargo é uma fonte de escolha básica de carboidratos para o pós-treino. Para aquele focado exclusivamente em ganhar massa magra e força, fazendo programas tradicionais, onde uma única sessão de exercício é feita no dia com duração de uma hora ou menos; não está claro neste momento se Vitargo vai ter benefícios adicionais na composição corporal acima e considerando que a malto ou a dextrose podem conseguir resultados muito parecidos; observando também que a dextrose leva vantagem pelo índice glicêmico mais alto (em relação a malto).


Em teoria, no entanto, o esvaziamento gástrico mais rápido, picos de insulina mais elevados e mais rápidos e o aumento na velocidade da ressíntese de glicogênio, etc, deve ser benéfico para atletas de força seguindo os programas tradicionais, mas são necessários mais estudos. O ponto central da discussão é a fonte de carboidrato com o menor custo no pós-treino; então usaríamos a malto ou a dextrose. Se eu quisesse usar o que parece ser a fonte de carboidratos mais eficiente e que também os estudos sugerem ter propriedades superiores para atletas, deveria usar o Vitargo. WMS, porém, é um fracasso para este objetivo e nem sequer está no corredor entre essas escolhas em minha opinião.
É fácil ver por que as pessoas ficam muitas vezes confusas com relação ao WMS vs Vitargo, e porque os vendedores de WMS se aproveitaram do fato. Vitargo pode ser derivada de WMS, portanto, são essencialmente a mesma coisa não é ? Errado. Vitargo pode ser derivada a partir de WMS, batata, arroz, trigo, e de outras fontes, mesmo sendo a WMS usada como fonte inicial, que é um amido muito diferente do produto acabado (Vitargo).


Se você ler a patente sobre Vitargo, há uma declaração muito interessante, falando que está em testes. Eles afirmam que no produto ocorreram novos tipos de ligações que não ocorrem tradicionalmente no amido nativo. Isto significa que é um amido normalmente não encontrados na natureza e é estruturalmente e funcionalmente diferente da fonte de amido da qual foi derivada. Um verdadeiro "designer de amido" se você quiser saber, deve formular um amido ideal para favorecer a rápida formação de glicogênio.
Mais estudos são necessários para confirmar a superioridade do Vitargo em relação aos outros carboidratos, mas até o momento ele parece ser a melhor opção para reposição de glicogênio muscular no pós treino.


Notas:
Índice Glicêmico:
Dextrose = 137
Pão branco = 136
Maltodextrina = 105
Waxymaize = 63


** O índice glicêmico de um carboidrato não é o único fator responsável pelos benefícios dos vários carboidratos usados antes e após os treinos.
** Um amido resistente é resistente as enzimas digestivas que fazem a hidrólise do amido em glicose para absorção. O amido resistente usado neste estudo foi 100% amilose pura, que possui baixo índice glicêmico.




Artigo Complementar – Waxy Maize:
Artigo editado pelo Prof. Dr. Érico Caperuto

- Shimotoyodome A, Suzuki J, Kameo Y, Hase T. Dietary supplementation with hydroxypropyl-distarch phosphate from waxy maize starch increases resting energy expenditure by lowering the postprandial glucose-dependent insulinotropic polypeptide
response in human subjects. Br J Nutr. 2011 Jul;106(1):96-104. Epub 2011 Feb 22.


Definição:
O amido é uma tradicional fonte de carboidratos, nosso combustível energético mais comum. O amido é conhecido pela sua presença nas batatas, mandiocas, arroz entre outros vegetais. Mas os “amidos cerosos” (tradução do termo waxy starch) não são
muito comuns como combustível energético por conta de suas versões mais rápidas e eficazes em termos de energia, a glicose e a maltodextrina (ambas podem ser produzidas a partir do amido).
O WAXY MAIZE é um tipo específico de amido vegetal que é produzido a partir do grão do milho.


Tipos de Milho:
Entre os tipos de milho (nome científico Zea mays, daí o Maize, que em espanhol quer dizer milho) existem mais de 150 espécies diferentes, sem mencionar espécies genéticamente modificadas. Com variações específicas, os grãos de milho trazem em sua composição uma porção onde se encontra a parte energética do grão, o amido (geralmente a parte grande e amarelada que conhecemos) e esse amido (assim como os demais amidos vegetais) é composto por dois polímeros, a amilopectina e a amilose. A amilose (20 a 30% do grão) tem baixo peso molecular, quando comparada a amilopectina, e não se ramifica. Já a amilopectina (60 a 70% do grão) tem alto peso molecular e se ramifica, possibilitando sua degradação (e posterior conversão a glicose)
em diversos pontos ao mesmo tempo, facilitando a digestão do amido.
O Waxy Maize vem de uma variedade diferente do milho, a do milho ceroso e apresenta uma proporção de 70% de amilopectina e 30% de amilose, sendo considerado a forma vegetal do glicogênio (a mais parecida com o glicogênio propriamente dito, que fica armazenado no músculo).


Diferenças entre os tipos de Carboidratos:
Certo, mas como podemos comparar o Waxy Maize com, por exemplo, a maltodextrina?
Embora os sites estejam anunciando o Waxy Maize como uma revolução em relação aos carboidratos, vamos olhar com calma alguns itens em relação a performance dos carbos.
Quando pensamos em carboidratos como fonte de energia, temos uma divisão ou classificação principal que separa os tipos de carboidratos: eles podem ser simples ou complexos. Tanto a maltodextrina quanto o Waxy Maize, tem como característica
química, serem carbos complexos.
Outro fator fundamental em relação aos carbos, é sua velocidade de digestão, com conseqüente absorção e aparecimento na corrente sanguínea (que é onde o carbo passa a ter uma função fisiológica importante para o atleta).
Nesse ponto, a maltodextrina é muito superior ao Waxy maize, sendo a malto um carboidrato de alto índice glicêmico, rápida digestão e rápida entrada na corrente sanguínea (não tão rápida quanto a glicose, o padrão de referência em índice glicêmico,
mas bem próximo).


Já o Waxy maize, frequentemente confundido por conta de sua ramificação (da amilopectina), tem sua digestão lenta (culpa da amilose dessa vez) e sua absorção, consequentemente, é mais lenta que a da maltodextrina, comprovando seu menor índice glicêmico.
Um último ponto que vem sendo explorado na internet é em relação a osmolaridade do waxy maize. Embora as associações levantadas nos sites sejam baseadas em características reais do produto, as propriedades levantadas, como a de auxiliar na absorção de outros nutrientes ou ainda aumentar a pressão osmótica e“puxar” a água subcutânea estão muito longe de serem determinada apenas pelas
características do amido, portanto, embora pareça chavão para aqueles que já leram pelo menos dois artigos científicos, novos estudos são necessários para comprovar essas afirmações.


Estudos, Perspectivas e Aplicações:
Então nos perguntamos... se o produto é pior do que a maltodextrina em todos os aspectos importantes em relação aos carboidratos, será que devemos acreditar nele??
Um ponto muito importante em relação aos carboidratos e a energia, é a capacidade que um carboidrato tem de gerar energia de forma constante, evitando o fenômeno da “insulina em montanha russa” (picos e vales na concentração de glicose, e
portanto, de insulina), frequentemete causada quando ingerimos doces ou alimentos de alto índice glicêmico, ou quando usamos versões mais rápidas de carbos, como a dextrose ou a malto.


O Waxy Maize nesse sentido, tem se mostrado uma ótima opção de
fornecimento constante de energia, com uma digestão mais lenta, ou mais gradual, e com um fornecimento de energia mais constante, fundamental, por exemplo, para dietas de controle de índice glicêmico, ou para exercícios prolongados. Ou ainda, para aquela suplementação que você toma, horas antes de ir para a academia.
Alguns estudos recentes 1,2 (dos muito poucos estudos realizados com waxy maize e exercício), mostraram que o consumo de waxy maize, quando comparado a outros carbos (como a malto) possibilitou um fornecimento de energia que favoreceu a
utilização concomitante (ao mesmo tempo) de gordura. Mais um ponto positivo para o waxy maize... contradizendo o que pensávamos, que usando suplementação de carboidratos, a queima de gordura era automaticamente reduzida não é?


Conclusão:

De qualquer forma, o Waxy Maize é um produto que veio para ficar, estávamos mesmo precisando de uma alternativa para os carboidratos de alto índice glicêmico e um combustível ideal para exercícios de longa duração.
Claro que suas propriedades começam a aparecer agora, portanto, muita informação ainda será produzida e contestada, mas é parte do processo. Ainda temos que ter os comentários da prática, do pessoal que testa os produtos no dia a dia, nos consultórios e nas academias.


Nota do Nutricionista:

Um ponto de extrema importância na queima de gordura é a velocidade de absorção do carboidrato.
Se o carboidrato for de absorção rápida (ou alto IG), a queima de gordura é bloqueada e você vicia o corpo a utilizar somente o carbo como fonte de energia, logicamente acumulando gordura corporal.
Se o carboidrato for de absorção lenta (ou baixo IG), você usa o carbo como fonte de energia, mas deixa também um bom “espaço” para utilização de gordura como fonte de energia, o que resulta numa dieta mais saudável e mais efetiva na diminuição de gordura corporal.
Muito importante ressaltar que o único horário em que o corpo não acumula gordura com carboidratos de alto índice glicêmico é logo após o treino.